Os estagiários da Prefeitura de Sorriso enfrentam mais um episódio de insatisfação com a gestão e seus valores pagos. Os pagamentos foram depositados nesta sexta-feira (28.03 em os valores do vale-transporte de R$ 217, e com cortes “aleatórios” sem qualquer aviso prévio.
Esse é o primeiro salário pago desde que a lei foi sancionada. Uma das estagiárias, que deveria receber R$ 1.400 de bolsa-estágio mais o R$ 217 do auxílio-transporte, teve seu pagamento reduzido para apenas R$ 800. Em outro caso, uma estudante que deveria receber o mesmo valor recebeu um pagamento de R$ 1.200. “E quem precisa desse valor para sobreviver? Faz o quê?”, questionou uma das estudantes afetadas.
Essa não é a primeira vez que os estagiários da gestão do prefeito Alei Fernandes enfrentam problemas salariais. Em fevereiro deste ano, a pedido de Alei, a Câmara Municipal aprovou uma redução nos valores das bolsas, gerando protestos e mobilizações entre os estudantes. Muitos alegaram que o corte comprometeria sua continuidade nos estudos, já que os estágios são a principal fonte de renda para o pagamento da faculdade.
A polêmica se intensificou após a revelação de que, no mesmo período da redução das bolsas, a gestão municipal criou 40 novos cargos comissionados com salários variando entre R$ 4.500 e R$ 22.000. Além disso, três dias antes da votação do corte dos estagiários, vereadores apresentaram uma proposta para aumentar a verba indenizatória parlamentar de R$ 6.000 para R$ 9.000, somando ao salário de R$ 16.500 já recebido.
Após greves e protestos, o prefeito Alei Fernandes participou de uma reunião com vereadores e estagiários para tentar um acordo, prometendo reavaliar a situação em um prazo de 60 dias. Na época, ele alegou que a bolsa não se tratava de um salário, mas sim de um incentivo ao aprendizado, e que a gestão buscaria alternativas como a criação de um vale-alimentação para recompor a perda financeira. O vale-alimentação também não foi criado.