As sanções tarifárias impostas pelo governo dos Estados Unidos desde janeiro contra China, União Europeia e outros países tendem a impactar positivamente a economia de Mato Grosso. A expectativa é de que as “agrocidades” mato-grossenses como Sorriso e Sinop sigam blindadas à “guerra de tarifas”, com vários setores da economia aquecidos – como é o caso dos imóveis de alto padrão.
A análise é do economista Vivaldo Lopes, que explica que a economia mato-grossense, pautada pelo agronegócio de exportação, será favorecida pelas consequências das medidas do presidente norte-americano Donald Trump.
“As taxações de Trump sobre China e Europa terão reciprocidade. A China, por exemplo, já reagiu taxando vários produtos dos EUA, e o Brasil será um dos países para onde esse mercado consumidor migrará”, observou.
Segundo o economista, municípios mato-grossenses como Sorriso, Sinop e Primavera do Leste estão entre os que mais sentirão os “bons ventos” da guerra de tarifas de Trump. Juntos, os três agregam um valor de produção superior a R$ 14 bilhões, liderando o ranking do Produto Interno Bruto (PIB) do estado.
“Este ano será positivo para essas regiões. A safra 2024/25, estimada em 49,7 milhões de toneladas de soja, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea-MT), é a maior já registrada. Os preços das commodities não caíram tanto, estão estáveis, então vai aumentar a rentabilidade. Com isso, essas cidades terão mais dinheiro para comprar e consumir”, ressalta argumenta Vivaldo Lopes.
Para o economista Vivaldo Lopes, o dinamismo de cidades com alto PIB demonstra que o mercado não está mais voltado apenas ao consumo, mas à melhoria da qualidade de vida e a uma nova onda de investimentos. “Comprar um carro mais novo, investir em maquinários mais modernos, em imóveis de alto padrão e produtos de luxo” são parte desse movimento.
O maior ponto favorável desse mercado é sua menor exposição às oscilações macroeconômicas, como variações nas taxas de juros. Afinal, a produção de alimentos para mercados de alta demanda, como países populosos como os asiáticos, não tende a retroceder a médio e longo prazos.
Diante desse panorama, o analista vislumbra perspectivas promissoras para os próximos anos. “Mesmo com possíveis riscos na conjuntura internacional, o cenário de 2025 e 2026 é positivo para essas cidades ligadas à economia agropecuária”, reitera Vivaldo Lopes.
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