A Faculdade FACEM emitiu uma NOTA de REPÚDIO após a repercussão negativa do teor das mensagens trocadas pelos alunos de a direito de cunho racista, homofóbico e sexista em um grupo da atlética. As conversas, que circularam entre os estudantes, geraram forte repercussão.
NOTA DE REPÚDIO CONTRA RACISMO, E A HOMOFOBIA NA FACULDADE EDUCACIONAL CLAUDINO FRANCIO (FACEM)
A comunidade acadêmica Faculdade Educacional Claudino Francio (FACEM), vem por meio desta carta, manifestar o nosso profundo repúdio às atitudes de discriminação e homofobia ocorridas nas dependências da instituição. É inaceitável que comportamentos tão prejudiciais, desrespeitosos e causadores de sofrimento ainda encontrem espaço em nossa comunidade acadêmica.
A Faculdade Educacional Claudino Francio (FACEM) lamenta o episódio registrado e, compartilhado no grupo de WhatsApp, em que alguns acadêmicos discriminam pessoas trabalhadoras negras por conta da cor da pele e classe social, bem como fizeram piadas com figurinhas pejorativas descriminando as pessoas homossexuais.
Vale ressaltar que as atitudes preconceituosas e discriminatórias ferem a ética e os preceitos desta instituição, sobretudo para a promoção de um ambiente acolhedor e seguro para todos/as. Salientamos que as normativas que orientam o nosso trabalho, como o Regulamento Discente que tipifica as condutas discrimitórias como gravíssimas, passíveis de apuração e penalidades legais e a Política Interseccional de Enfrentamento ao Assédio Sexual e Moral que dispões acerca da relevância da construção de um espaço formacional envolvendo as temáticas de gênero e sexualidade.
A Faculdade Educacional Claudino Francio (FACEM) também aproveita a oportunidade para reiterar o compromisso com o enfrentamento e o combate a todo tipo de discriminação étnico-racial.
Somos todos brasileiros e, antes disso, somos todos seres humanos! Não importa a cor ou a classe social. Somos todos dignos de respeito e de ter nossos direitos garantidos. Não aceitamos mais racismo e homofobia em nosso país. Ademais, a homofobia é equiparada à lei de racismo, Lei n.º 7.716, de 5 de janeiro de 1989, na qual em seu artigo 20 define que “Praticar, induzir ou incitar a discriminação, ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” constitui-se em crime, com previsão de pena de reclusão e multa. Por conseguinte, o uso indevido de imagem vai ao encontro do que prevê o artigo 5º da Constituição federal, o qual afirma: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza […] e X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.
Por fim, manifestamos o nosso apoio e solidariedade a todas as pessoas que, infelizmente, se sentiram ou foram alvo de tais atitudes. Ao mesmo tempo em que ainda nos sentimos constrangidos perante tais comportamentos, reafirmamos nosso compromisso de lutar com todas as nossas forças, individuais e coletivas, para que tais atos não se repitam. Diante disso tudo, o nosso acolhimento e o nosso abraço afetuoso.
Sorriso-MT, 14 de março de 2025.
Direção Acadêmica.
O coordenador do curso de Direito suspendeu por cinco dias alguns alunos após o vazamento de mensagens com teor
Nos registros divulgados, uma aluna compartilhou figurinhas com frases preconceituosas, como “sem paciência para homossexuais (viados) hoje” e “saudade de quando viados davam o cu e não opinião”*. Em outra mensagem, a estudante questiona “isso é hora de preto estar falando?” e“desde quando macaco aprendeu a falar?”.
Além disso, um participante do grupo simulou um tuíte atribuído ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contendo frases misóginas, que foram recebidas com aplausos por outra estudante. Em outro trecho das conversas, um aluno brinca dizendo “amanhã tem aula de minorias na nossa sala”, ao que uma colega responde: “estarei presente para humilhar todas”. E alguém responde com uma figurinha: “homem de verdade bate em viado”
Em certo momento questionam sobre a produção das canecas da atlética que demorariam para ser entregues, e um jovem responde:” por isso que eu apoio importar da china, criança trabalha o dia todo sem descanso, produz mais rápido”
Diante da repercussão, a coordenação do curso identificou os responsáveis pelas mensagens e aplicou a suspensão de cinco dias. Após a punição, os alunos envolvidos foram ao grupo pedir desculpas.
Uma das mensagens de retratação dizia: “Turma, peço desculpas para as pessoas que se sentiram ofendidas ou que, por não agir, acabaram passando por uma situação desagradável.” Outra estudante afirmou: “Venho aqui pedir as minhas sinceras desculpas às pessoas que se sentiram ofendidas e pela repercussão de tudo o que aconteceu no grupo. Sempre brinco com meu pai e meus amigos e errei em agir de tal forma fora do meio social adequado. Sei o peso que isso pode ter para algumas pessoas.”
Outro pedido de desculpas destacou: “Faço das palavras deles as minhas. Em nenhum momento tivemos a intenção de ofender ninguém (embora as brincadeiras sejam realmente inapropriadas). Minhas sinceras desculpas se alguém se ofendeu ou acabou passando por situações desagradáveis por conta disso.”
O caso gerou indignação, e a instituição não se pronunciou oficialmente até o momento.

