Cristian Albino Cebalho de Arruda, Cícero Junior e Aledson Junior foram interrogados e liberados na noite desta quinta-feira (13) pela Polícia Civil. O trio havia sido detido pela manhã, suspeito de envolvimento na morte da menor Emilly Azevedo Sena, 16 anos, que teve a barriga aberta e o bebê que esperava retirado.
Apenas Nataly Helen Martins Pereira, que assumiu o crime, permaneceu presa. A advogada Ana Claudia Matos, que acompanhou os interrogados, afirmou que todos eles e suas famílias foram enganados pela mulher, que simulou estar grávida.
O falso diário de gravidez foi compartilhado nas redes sociais, incluindo exames de ultrassom, chá revelação e outros registros comuns da gestação. “Todo o crime já foi desvendado. Hoje foram apresentados quatro personagens, mas isso foi um equívoco. Inclusive, o pai do bebê não tem nada a ver com isso”, declarou a advogada.
“A autora do crime já assumiu a responsabilidade e afirmou que os demais não tiveram participação”, completou.
Emilly saiu de casa no final da manhã, no bairro Eldorado, em Várzea Grande, informando à família que iria até Cuiabá buscar doações de roupas na residência de um casal.
Durante a noite, uma mulher chegou a um hospital com um bebê recém-nascido, alegando que havia dado à luz em casa. No entanto, após exames, a médica de plantão constatou que ela sequer esteve grávida.
A suspeita relatou à equipe médica que o parto teria ocorrido em casa, mas os profissionais perceberam que a criança estava limpa e sem sinais de parto recente. Além disso, exames ginecológicos e de sangue confirmaram que a mulher não havia passado por um parto, e ela também não apresentava leite para amamentar o bebê.
Sumiço
Emilly Azevedo Sena, de 16 anos, estava grávida de nove meses. A jovem foi vista pela última vez na terça-feira (12), no bairro Eldorado, em Várzea Grande, quando saiu de casa para buscar doações de roupas para a bebê. Ao mesmo tempo, um casal deu entrada em uma maternidade de Cuiabá com uma recém-nascida, o que levantou suspeitas na unidade.
Conforme informações do Núcleo de Desaparecidos da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na mesma noite em que a adolescente desapareceu, um casal se apresentou no Hospital Santa Helena, na capital, solicitando uma Declaração de Nascimento de uma menina, alegando que a criança havia nascido em um parto domiciliar.
No entanto, após avaliação médica, constatou-se que a suposta mãe não apresentava sinais do puerpério — período pós-parto em que ocorrem alterações no corpo da mulher. Diante das inconsistências, uma equipe hospitalar acionou as autoridades; o casal foi encaminhado à Central de Flagrantes para prestar esclarecimentos, e o bebê ficou sob cuidados no hospital.