A engenheira agrônoma Júlia Barbosa de Souza, morta aos 28 anos, por Jackson Furlan, e que nesta sexta-feira (31/01) estaria completando e comemorando 34 anos ao lado da família, nunca será esquecida e sua morte marca mais uma tragédia em Sorriso, causada de forma, covarde, cruel e fútil pelo seu assassino.
O JK que acompanhou o caso, os familiares que ficaram próximos do JK relembraram a morte precoce da jovem agrônoma, que hoje poderia ter construído uma família, estar muito bem profissional ou que ela quisesse fazer da vida, estaria ao lado da família, mas tudo isso foi tirado de forma covarde, por Jackson Furlan, que mesmo condenado e estando pagando pelo crime, está vivo, ao lado da família e curtindo sua vida. Já Júlia e sua família, não! E talvez nunca mais vão poder vive em paz.
Era madrugada de sábado (09/11/2019) quando Jackson Furlan atirou e acertou a cabeça de Julia durante uma perseguição em Sorriso, no Mato Grosso.
Segundo a polícia, Júlia e o namorado estavam na casa de amigos e após o jantar, a pedido de Júlia, o casal foi até a conveniência de um posto de combustível comprar chocolate. Após a compra, eles seguiram em uma caminhonete Hilux para dar um último passeio antes de retornar para casa.
No percurso, um veículo Gol preto passou a andar devagar pela via, fazendo com que o veículo em que estavam Julia e o namorado também reduzisse a velocidade. Neste momento, Jackson, também conduzindo uma Hilux, se aproximou do carro do casal e passou a buzinar e a forçar passagem.
O veículo onde estava a vítima seguiu em velocidade reduzida ainda atrás do Gol, o que provavelmente enfureceu Jackson, que estava embriagado. Ele passou a seguir o carro do casal, tentando fazê-los parar. O namorado de Júlia passou a fugir pelas ruas da cidade e chegou a conseguir despistar Jackson, mas voltou a ser seguido na Avenida Brasil. Foi quando Jackson atirou contra o casal próximo ao Hospital 13 de Maio.
O projétil transfixou o vidro traseiro do veículo e atingiu Júlia, que foi socorrida pelo namorado até o hospital próximo. Porém, a engenheira não resistiu ao ferimento.
A polícia disse que a motivação do crime está ligada ao nervosismo do suspeito em razão do trânsito lento.
Jackson Furlan, que na época 29 anos, se entregou após mandado de prisão preventiva expedido contra ele.
Em agosto de 2022, Jackson foi condenado pelo Tribunal do Júri a pena de 16 anos, pelo homicídio qualificado de Julia, sendo absolvido quanto ao crime de tentativa de homicídio duplamente qualificada em relação ao namorado, Vitor.
Na primeira fase do rito do Júri, o juízo da Primeira Vara Criminal absolveu Jackson do crime de tentativa de homicídio duplamente qualificado (recurso que dificultou a defesa da vítima e motivo fútil), pronunciando apenas no homicídio consumado, com uma qualificadora (motivo fútil).
O Ministério Público recorreu da decisão, sendo reformada pelo Tribunal de Justiça, pronunciando Jackson ao Tribunal do Júri, pelo crime de tentativa de homicídio duplamente qualificada (recurso que dificultou a defesa da vítima e motivo fútil), e homicídio qualificado (motivo fútil).
A defesa interpôs embargos de declaração em face da sentença proferida pelo Juízo da Primeira Vara Criminal de Sorriso, pois Jackson confessou o crime em plenário, contudo, na ocasião da dosimetria da pena, não foi aplicada a atenuante da confissão. Com isso, ao julgar o recurso de embargos de declaração, o Juízo reconheceu a atenuante da confissão, reduzindo a pena para 15 anos de reclusão.
Em recurso de apelação interposto pela defesa técnica, em face da sentença de primeiro grau, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso acolheu a tese defensiva, reduzindo a pena para 13 anos e 04 meses de reclusão.
Jackson Furlan, 30 anos, que foi condenado a 16 anos de prisão em regime fechado pela morte da engenheira agrônoma Júlia Barbosa de Souza, “foi pra rua”, isso porque Jackson está trabalhando em uma empresa de Sorriso pelo dia, voltando ao CRS somente a noite para dormir.
O advogado de Furlan, William dos Santos Puhl, confirmou a informação e ressaltou que este é um benéfico que o preso tem.
“Ele está trabalhando fora da cadeia, pois está cumprindo pena no regime fechado e a LEP (Lei de Execução Penal) permite ao preso condenado e que já cumpriu um certo tempo de sua pena, trabalhar extramuro. Aqui em Sorriso existem várias empresas que aceitam reeducandos que estão em ressocialização e em Sorriso tem 75 presos que trabalham fora do CRS. Inclusive na empresa onde ele está trabalhando existem mais reeducandos trabalhando. É um direito que ele conseguiu após passar por uma criteriosa avaliação, onde ele passa por avaliação do conselho da comunidade, dos policiais penais, se ele tem bom comportamento ou corre os risco de fuga e ele se encaixou em todos os critérios para trabalhar fora. Ele trabalha normalmente pelo dia e volta a noite para dormir e nos finais de semana ele também passa no CRS”, ressaltou Puhl.