O homem identificado como Everson Santos da Silva, de 36 anos, que foi encontrado morto na última sexta-feira (10.01) em uma área de mata no bairro Jardim Amazonas, em Sorriso, foi morto após tirar uma foto com um “sinal de facção”. A informação foi confirmada pelo delegado Bruno França à redação do JK Notícias na tarde desta quarta-feira (15.01).
Segundo o delegado, Everson, que era recém-chegado à cidade, saiu para beber com um colega de trabalho em um bar. Posteriormente, ele foi para outro estabelecimento, conhecido por ser frequentado por integrantes do Comando Vermelho. Durante a noite, Everson tirou uma foto fazendo o número 3 com os dedos, gesto associado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Sem saber do significado o gesto levou os membros da facção a suspeitarem que Everson era faccionado.
“Pegaram ele e o amigo dele, bateram nos dois. No celular da vítima, eles encontraram uma coisa ‘nada a ver’, interpretaram de forma equivocada e insistiram que ele fazia parte de uma facção”, explicou o delegado.
Na manhã da sexta-feira, populares localizaram o corpo de Everson em uma área de mata no bairro Jardim Amazonas. A vítima apresentava marcas de disparos de arma de fogo.
Após o corpo ser encontrado, um dos chefes de Everson entrou em contato com a redação, enfatizando que ele não tinha qualquer ligação com facções criminosas. Segundo o chefe, Everson era novo na cidade, mantinha-se apenas em companhia de outros colaboradores da empresa e todos os funcionários tinham seus antecedentes verificados antes da contratação.
Ainda na sexta-feira uma operação conjunta entre as Polícias Civil e Militar resultou na prisão de quatro suspeitos de envolvimento no homicídio de Everson Santos da Silva. O corpo da vítima foi encontrado em uma área de mata na Travessa Havaí, no bairro Jardim Amazonas, em Sorriso. A rápida resposta das forças de segurança culminou na identificação e prisão dos suspeitos em flagrante, menos de 24 horas após o crime. Os suspeitos presos foram identificados pelo amigo da vítima, que foi sequestrado junto com ele e sobreviveu ao bando.
Em continuidade às investigações do caso, a polícia com base em uma denúncia anônima, localizou três dos suspeitos envolvidos no crime em um apartamento no bairro Jardim Alvorada. Com o apoio da equipe da DHPP, os policiais se dirigiram ao local indicado, onde foram recebidos pelo morador, que autorizou a entrada.
No interior do imóvel, os suspeitos tentaram se esconder nos cômodos ao perceberem a presença dos policiais, mas foram encontrados e detidos. Durante buscas no apartamento, foi localizado um revólver calibre .38 com munições, além de drogas e cartões bancários pertencentes às vítimas.
Os suspeitos confessaram a participação no crime, alegando que agiram a mando de um líder da facção e que cometeram os atos devido à suposta ligação das vítimas com o PCC. Ainda no local, celulares foram encontrados jogados no chão, indicando uma tentativa de ocultação de provas.
Os três suspeitos foram conduzidos à Delegacia de Polícia, onde tiveram seus direitos garantidos e permanecerão à disposição da Justiça. Outros envolvidos ainda estão sendo investigados para o completo esclarecimento do caso.
De acordo com o delegado Bruno França, que liderou as investigações, o trabalho das forças policiais foi essencial para a solução imediata do caso. “Assim que o corpo foi localizado, reunimos esforços com a Polícia Militar para identificar os responsáveis. Durante as diligências, conseguimos encontrar os suspeitos em um esconderijo, onde estavam com uma arma compatível com o calibre usado no crime, drogas, munições e objetos pessoais da vítima”, afirmou o delegado.
O corpo de Everson apresentava marcas de tiros, estava amarrado e trazia indícios de ligação com facções criminosas. Segundo França, o crime foi motivado por disputas territoriais entre grupos criminosos da região. O local onde a vítima foi encontrada é conhecido pelas autoridades como um ponto frequente de execuções, apelidado de “abatedouro” por ser palco de ao menos cinco homicídios no ano anterior.
“Infelizmente, é um ponto comum para crimes dessa natureza. Porém, graças à agilidade e integração entre as forças policiais, conseguimos prender os envolvidos e retirar uma arma e drogas de circulação”, destacou o delegado.
O tenente-coronel Jorge Almeida, da Polícia Militar, também ressaltou a importância da Operação Tolerância Zero, implementada pelo Governo do Mato Grosso, no combate à criminalidade. “Este foi o primeiro homicídio registrado no ano, após 40 dias de tranquilidade em Sorriso. O caso foi um ponto fora da curva, mas a rápida atuação das forças de segurança garantiu uma resposta eficaz”, afirmou Almeida.
As prisões ocorreram após trabalho conjunto da Polícia Civil, da Polícia Militar e do Batalhão de Operações Especiais (BOPE). A inteligência policial identificou o esconderijo dos suspeitos, onde foram apreendidos a arma de fogo usada no crime, drogas e pertences da vítima.