Os corpos dos três homens que morreram no incêndio na madrugada desse domingo (10.11) em uma agência de turismo, em Sorriso, foram levados para a terra natal de cada um, no Maranhão.
Flávio Alves da Silva, de 33 anos, foi levado para Porto Franco, Anselmo dos Santos Beserra, de 36, para Barra do Corda e Rivaldo Oliveira Lopes, de 26, para Imperatriz, onde serão velados e sepultados.
Os três morreram no incêndio que aconteceu em uma agência de turismo na rua passo fundo e na tentava de se salvarem eles correram para o banheiro na intenção de fugir das chamas, assim como na Boate Kiss, em janeiro de 2013, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
As vítimas dormiam em um dos cômodos da agência, que funcionava como alojamento para clientes que aguardavam pela viagem após a compra de passagens. Os três homens estavam com viagem marcada para o Maranhão na próxima terça-feira. Ao perceberem as chamas, tentaram se proteger correndo para o banheiro, onde ligaram o chuveiro em uma tentativa desesperada de amenizar o calor e escapar da fumaça.
O perito Luciano Nogueira, relatou os detalhes da tragédia e explicou o que pode ter acontecido: “As vítimas tentaram se refugiar no banheiro, que fica nos fundos da agência. Encontramos sinais de fumaça nos corpos e vermelhidão nos olhos, indicando que passaram pelo processo de asfixia antes de serem atingidas pelas chamas. Em uma análise inicial, constatamos que as lesões foram causadas principalmente pela fumaça e pelo calor extremo, com poucas lesões causadas diretamente pelo fogo”.
Segundo o perito, as vítimas tentaram abrir uma das janelas do local, mas não conseguiram devido às grades de proteção. Após, as vítimas correram para o banheiro. As vítimas chegaram a ligar o chuveiro, mas o calor e a fumaça eram intensos demais.
O sargento Teotônio, do Corpo de Bombeiros, destacou que é comum as pessoas buscarem instintivamente refúgio em cômodos fechados durante incêndios, mas esse comportamento pode ser fatal. A fumaça de incêndios libera gases tóxicos, como monóxido de carbono, dióxido de carbono, óxidos de enxofre e de nitrogênio, que dificultam a respiração e podem causar desmaio em poucos minutos.
A situação na agência de turismo era particularmente perigosa devido ao material inflamável armazenado no local. Dentro da agência haviam muitos materiais que podem ter aumentado a geração de fumaça tóxica, como colchões, malas, pneus e até uma moto, que inclusive pode ter impedido a passagem das vítimas até a porta. “As vítimas foram encontradas deitadas, duas delas com o celular na mão”, contou o perito, acrescentando que a cena foi muito triste.
A tragédia lembra o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), ocorrido em janeiro de 2013, no qual muitas das vítimas também buscaram proteção no banheiro, tentando escapar da fumaça e do fogo. Naquele incidente, 242 pessoas morreram e outras 636 ficaram feridas.
As autoridades locais seguem investigam o incêndio.