Na última quarta-feira (16.10), B.F.R., de 28 anos, foi absolvido pelo júri popular após ser acusado de assassinar seu padrasto em Poxoréu, no dia 21 de abril de 2021. Assistido pela Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (DPE-MT), a defesa de B.F.R. argumentou que ele agiu em legítima defesa para proteger sua mãe, que era vítima de violência doméstica.
O padrasto, que convivia com a mãe de B.F.R. há 15 anos, possuía um histórico de agressões contra ela. O crime ocorreu durante um episódio de violência motivado por ciúmes. Segundo os relatos, o padrasto atacava a mãe de B.F.R. com socos, puxões de cabelo e tentava estrangulá-la. Em meio ao desespero e temendo pela vida da mãe, B.F.R. interveio, o que resultou na morte do agressor.
O defensor público Marcelo Fernandes De Nardi, que representou B.F.R., sustentou que o acusado agiu para proteger sua mãe de um ataque brutal e potencialmente fatal. Testemunhos indicaram que B.F.R. inicialmente tentou impedir as agressões contra sua mãe, mas ao ser atacado pelo padrasto, reagiu para se defender e evitar mais violência.
Durante o julgamento, o defensor público destacou o contexto de abuso contínuo e violência doméstica, pedindo ao júri que considerasse a situação como um caso claro de legítima defesa. “O fato de se tratar de ato voltado à proteção da mãe, muitas vezes a primeira e mais relevante referência de amor de que dispomos, possibilitou o olhar empático dos jurados”, afirmou De Nardi.
A decisão do júri refletiu a compreensão do cenário de abuso sistemático e da necessidade de defesa própria e de terceiros, levando à absolvição de B.F.R.