Segundo um levantamento feito pelo portal JK NOTÍCIAS, 54 pessoas morreram de mortes violentas em Sorriso nos primeiros 10 meses de 2024. A cidade subiu para a quarta mais violenta do país em setembro de 2024.
Os meses foram marcados por casos emblemáticos e cruéis. Em janeiro, dois homens foram mortos com extrema brutalidade. O primeiro caso foi de um homem identificado como Eleandro Brandino, vulgo “profeta”, de 27 anos, que teve a cabeça arrancada do corpo. O corpo foi encontrado enterrado na noite do dia 18 de janeiro em uma região de mata no bairro Benjamim Raiser, às margens da BR-163. O segundo caso ocorreu no final da tarde do dia 24 de janeiro, quando a polícia civil, os bombeiros e a Politec foram informados de que trabalhadores de uma fazenda às margens do Rio Teles Pires, na MT-242, localizaram partes do corpo de um homem boiando no rio. A vítima estava sem a cabeça, braços e pernas.
Em junho, uma jovem de 17 anos, identificada como Maria Shamilly Carvalho Silva, foi encontrada morta em uma região de mata no bairro Jardim Amazônia. Ela teria sido morta por cerca de 10 pessoas após fazer um sinal de facção considerado “proibido”. A jovem e sua família não tinham envolvimento com o crime organizado e havia se mudado para Sorriso recentemente, vindo do Maranhão para trabalhar e estudar.
Outro caso marcante foi o do jovem Anderson Adriano Filippi, de 20 anos, sequestrado e assassinado no dia 18 de junho por integrantes de uma facção criminosa. Anderson não tinha qualquer ligação com o crime e foi executado apenas por ter uma foto ao lado do primo, inimigo da facção. Seu corpo foi localizado no dia 23 de junho, em uma área de mata próxima à divisa entre Sorriso e Lucas do Rio Verde, após um dos envolvidos no crime ser preso e indicar o local do assassinato.
Sorriso também se comoveu com a dor da mãe de Giovanni Stephano Viotto de Oliveira, de 16 anos, brutalmente assassinado em abril. Giovanni caiu em uma emboscada planejada por pessoas que ele considerava “amigos”. O jovem ficou desaparecido por semanas até que as investigações levaram à prisão de um suspeito que confessou o crime e revelou a participação de outros. Giovanni teria sido decapitado ainda vivo e jogado em um córrego. Em maio, seu corpo foi encontrado, mas a cabeça permanece desaparecida até o momento. Curiosamente, tanto a mandante do crime quanto os executores eram amigos de Giovanni e possuíam tatuagens combinando.
Mais recentemente, na quinta-feira (10.10), Weverton Lopes Souza, de 20 anos, foi encontrado morto em uma região de mata na Linha Celeste. Ele teria sido torturado por cerca de 4 horas antes de ser morto a tiros, sob a pressão de entregar nomes e localizações de comparsas de facção.
Na madrugada do dia 2 de setembro, Bruenesson Miranda de Oliveira, de 36 anos, foi assassinado em sua casa no bairro Mário Raiter. O crime ocorreu por volta da 1h10, quando um criminoso invadiu sua residência e disparou cerca de 7 vezes contra ele, que estava deitado em uma cama.
Rafael Augusto Anhaia Santos, de 26 anos, foi baleado na calçada perto de um pub na Avenida Blumenau. Ele foi morto após tentar defender outra vítima durante uma tentativa de homicídio. João Vitor Veloso dos Santos, de 23 anos, também foi baleado em uma casa no bairro São José, onde houve uma troca de tiros. Ele chegou a ser socorrido pelos bombeiros, mas não sobreviveu.
Eric Thiago Oliveira da Silva, de 20 anos, foi morto a tiros na noite do dia 19 de maio na Travessa São Barnabé, no bairro São Mateus. Dois homens em uma motocicleta dispararam contra ele, e mesmo tentando fugir para dentro de casa, ele acabou morrendo na sala.
Com uma média de 5,4 homicídios por mês, os casos de violência em Sorriso chamam a atenção das autoridades, que intensificam esforços para coibir a criminalidade na região.