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Das 10 maiores recuperações do agro no país, três são de MT e uma de Sorriso

O total de dívidas das dez maiores empresas em recuperação judicial (RJ) do agronegócio já soma R$ 12,3 bilhões. Em maio, esse montante era de R$ 5 bilhões. A quantia engordou de forma expressiva nos últimos dois meses, num salto de 150%, principalmente como resultado de RJs gigantes de empresas como a AgroGalaxy, de Goiânia (GO), e do Portal Agro, de Paragominas (PA), que atuam na venda de insumos agrícolas.

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Elaborado para o Metrópoles pelo escritório Diamantino Advogados Associados, especializado no setor, o ranking (veja quadro abaixo) inclui outras RJs pesadas deste ano. Nesse caso, estão o processo do Grupo Patense, de Patos de Minas (MG), que processa resíduos de origem animal para fabricação de rações, óleo para a indústria de higiene e limpeza e biocombustíveis, e da Elisa Agro, de Aruanã (GO), uma das maiores empresas de agricultura irrigada do país.

𝐀𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐝𝐞𝐢𝐱𝐚𝐫 𝐬𝐮𝐚 𝐎𝐏𝐈𝐍𝐈𝐀̃𝐎 𝐨𝐮 𝐂𝐑𝐈́𝐓𝐈𝐂𝐀, 𝐟𝐚𝐜̧𝐚 𝐬𝐞𝐮 𝐏𝐈𝐗, 𝐜𝐨𝐦 𝐨 𝐯𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐪𝐮𝐞 𝐩𝐮𝐝𝐞𝐫, 𝐞 𝐚𝐩𝐨𝐢𝐞 𝐨 𝐉𝐊𝐍𝐎𝐓𝐈𝐂𝐈𝐀𝐒.𝐂𝐎𝐌 𝐚 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐚𝐫 𝐭𝐞 𝐝𝐞𝐢𝐱𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐢𝐧𝐟𝐨𝐫𝐦𝐚𝐝𝐨. 𝐅𝐚𝐜̧𝐚 𝐮𝐦𝐚 𝐃𝐨𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐩𝐞𝐥𝐚 𝐂𝐇𝐀𝐕𝐄 𝐏𝐈𝐗: 𝟐𝟖.𝟏𝟓𝟏.𝟐𝟗𝟕/𝟎𝟎𝟎𝟏-𝟎𝟓 𝐑𝐀𝐙𝐀̃𝐎 𝐒𝐎𝐂𝐈𝐀𝐋: 𝐌𝐈𝐃𝐀𝐒 𝐏𝐔𝐁𝐋𝐈𝐂𝐈𝐃𝐀𝐃𝐄 𝐄 𝐌𝐀𝐑𝐊𝐄𝐓𝐈𝐍𝐆

Note-se, porém, que o levantamento considera apenas os pedidos de recuperação já concedidos pela Justiça. Logo, a lista deixa de fora as solicitações ainda em análise pelo Judiciário. “E essas são as RJs gigantes, dos grandões”, diz Eduardo Diamantino, sócio do Diamantino Advogados Associados, que destaca: “Elas incluem nove pessoas jurídicas (PJs) e apenas uma pessoa física”. No caso, o único nome que não está no rol de PJs é o do Grupo Cella, que atua em Sorriso e Nova Maringá (MT) e ocupa o décimo lugar do ranking.

Avanço entre produtores

Ainda assim, um levantamento da Serasa Experian mostra que o número de RJs solicitadas por proprietários rurais (no caso, pessoas físicas) chegou a 106 no primeiro trimestre de 2024. Em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram registrados 17 pedidos, houve um crescimento de 523%. Sobre 2022, que teve cinco requerimentos, o salto foi de 2.000%. Como essas RJs envolvem em geral valores menores, elas não entram no ranking.

Na avaliação de Eduardo Diamantino, as recuperações judiciais no agronegócio refletem uma mudança de ciclo. “Formou-se no campo o que chamam de tempestade perfeita”, afirma. “Há tantos problemas que fica difícil imaginar que mais um possa acontecer.”

O segmento, o mais pujante da economia brasileira por anos a fio, passou de uma bonança histórica entre 2020 e 2022 para um quadro internacional no qual, em suma, há um excesso de oferta, resultando na necessidade de ajustes pesados no mercado (para entender mais sobre a crise do agronegócio clique neste link).

As 10 maiores RJs do agronegócio

As 10 maiores RJs do agronegócio

EmpresaDívida*Local
Elisa Agro SustentávelR$ 679,6 milhõesAruanã -GO
Usina Açucareira EsterR$ 651,7 milhõesCosmópolis – SP
Grupo AFGR$ 648,5 milhõesCuiabá – MT
Grupo Libra BioenergiaR$ 534,7 milhõesCuiabá – MT
Grupo CellaR$ 327,6 milhõesCuiabá – MT
Agrogalaxy ParticipaçõesR$ 4,670 bilhõesGoiânia – GO
Grupo Portal AgroR$ 548,8 milhõesParagominas – PA
Grupo PatenseR$ 2,154 bilhõesPatos de Minas – MG
Usina Maringá Indústria e ComércioR$ 1,028 bilhãoSanta Rita do Passa Quatro – SP
Sperafico AgroindustrialR$ 1,076 bilhãoToledo – PR
Fonte: Diamantino Advogados Associados *Dívida refere-se a valores sujeitos à RJ, declarados pelas empresas

O levantamento anterior feito pelo escritório de advocacia, divulgado pela Bloomberg em maio, em que o total de dívidas chegava a R$ 5 bilhões, o primeiro lugar era ocupado pelo Grupo Serafico Agroindustrial, de Toledo (PR). Ele tem tem dívida estimada em R$ 1 bilhão. O pedido de RJ foi concedido pela Justiça em dezembro de 2013.

As duas recuperações judiciais mais antigas do ranking são as da Usina Maringá, de Santa Rita do Passa Quatro (SP) e do Grupo AFG, de Cuiabá (MT). Ambas datam de 2020.

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