A Justiça mandou soltar o empresário João Nassif Massufero Izar, acusado de ser líder de uma organização criminosa que teria movimentado R$ 70 milhões. Ele terá que pagar fiança no valor de R$ 70.600,00. A decisão é do último dia 10 deste mês, e foi proferida pelo juiz Anderson Clayton Dias Batista, da 5ª Vara Criminal de Sinop.
João Nassif foi preso em novembro de 2022 em Cuiabá pela Polícia Civil no âmbito da Operação Xeque Mate, que investiga um grupo de 10 pessoas pelos crimes de associação criminosa, receptação qualificada e lavagem de capitais. As investigações apontaram que ele mantinha uma “vida de luxo” e usou até prostíbulo no esquema criminoso.
A defesa do empresário entrou com pedido de revogação da prisão sob argumento de que não se fazem presentes os pressupostos para a manutenção do decreto prisional. Em sua decisão, o juiz Anderson Clayton apontou que ao analisar os autos concluiu que a imposição das medidas cautelares inseridas se revela conduta “mais adequada e proporcional”, a fim de que o acusado tenha maior vínculo ao processo.
“Pelo exposto, e por tudo mais que dos autos consta, com fundamento nos artigos 316 e 321, c/c 282, todos do Código de Processo Penal, Revogo o Decreto Prisional do acusado João Nassif Massufero Izar e Concedo-lhe a Liberdade Provisória”, diz trecho da decisão.
Subsidiariamente, o magistrado determinou que o empresário cumpra as seguintes medidas cautelares: pagamento de fiança de R$ 70.600,00 (50 salários mínimos); uso de tornozeleira eletrônica; suspensão do passaporte; recolhimento domiciliar noturno, das 22h às 05h; comparecimento a todos os atos do processo; comparecimento mensal ao fórum da comarca onde reside, nos primeiros 10 dias do mês, para justificar as suas atividades; e proibição deixar a cidade, sem prévia autorização do judicial.
OPERAÇÃO XEQUE-MATE
Segundo informações da PJC, os alvos da operação “Xeque Mate” são suspeitos de crimes de associação criminosa, receptação qualificada e lavagem de capitais, que movimentou quantias equivalentes a R$ 70 milhões.
A atuação do grupo criminoso era, inicialmente, na diluição dos produtos de roubo e furto de defensivos agrícolas. Foram presos à época na operação João Nassif Massufero Izar, David dos Santos Nascimento, Danilo Pereira Lima, Vadelírio Krug, Viviane Menegazzi e Rodrigo Calca. Estão foragidos Sandoval de Almeida Júnior, Ângelo Marcosi da Cunha e Mauri Moreira Silva.
A apuração realizada pela Delegacia de Sorriso identificou que a associação criminosa armada possuía um líder que agia em diversas frentes, especialmente na receptação qualificada de defensivos agrícolas e de cargas de grãos roubados. Além disso, o bando atuava na lavagem de capitais oriundos de crimes de diversas naturezas. A investigação apurou ainda que os defensivos agrícolas eram comprados de diversas associações criminosas especializadas neste tipo de atividade criminosa que, depois, eram revendidos a outros receptadores, que figuravam como “consumidores finais”.
Outra atividade utilizada pelo grupo criminoso para diluir o dinheiro angariado com as atividades ilícitas era a compra e venda de joias. O pequeno volume e alto valor de joias, relógios e diamantes tornaram atrativa a atividade para esquentar seus ativos. Um dos integrantes da quadrilha fazia, periodicamente, a oferta de joias para venda, especialmente para traficantes.
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