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Itanhangá: População se reúne para lutar contra reintegração de posse; comércios fecham as portas #SOSITANHANGÁ

Nessa sexta-feira (26.07) Itanhangá será palco de uma das maiores manifestações já realizadas na região. A população local se mobiliza em um protesto contra as ações de retomada de terras promovidas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Lojas, supe~rmercados, indústrias e profissionais liberais fecharão suas portas em solidariedade aos assentados que estão sendo expulsos de suas terras.

𝐀𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐝𝐞𝐢𝐱𝐚𝐫 𝐬𝐮𝐚 𝐎𝐏𝐈𝐍𝐈𝐀̃𝐎 𝐨𝐮 𝐂𝐑𝐈́𝐓𝐈𝐂𝐀, 𝐟𝐚𝐜̧𝐚 𝐬𝐞𝐮 𝐏𝐈𝐗, 𝐜𝐨𝐦 𝐨 𝐯𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐪𝐮𝐞 𝐩𝐮𝐝𝐞𝐫, 𝐞 𝐚𝐩𝐨𝐢𝐞 𝐨 𝐉𝐊𝐍𝐎𝐓𝐈𝐂𝐈𝐀𝐒.𝐂𝐎𝐌 𝐚 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐚𝐫 𝐭𝐞 𝐝𝐞𝐢𝐱𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐢𝐧𝐟𝐨𝐫𝐦𝐚𝐝𝐨. 𝐅𝐚𝐜̧𝐚 𝐮𝐦𝐚 𝐃𝐨𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐩𝐞𝐥𝐚 𝐂𝐇𝐀𝐕𝐄 𝐏𝐈𝐗: 𝟐𝟖.𝟏𝟓𝟏.𝟐𝟗𝟕/𝟎𝟎𝟎𝟏-𝟎𝟓 𝐑𝐀𝐙𝐀̃𝐎 𝐒𝐎𝐂𝐈𝐀𝐋: 𝐌𝐈𝐃𝐀𝐒 𝐏𝐔𝐁𝐋𝐈𝐂𝐈𝐃𝐀𝐃𝐄 𝐄 𝐌𝐀𝐑𝐊𝐄𝐓𝐈𝐍𝐆

A revolta dos moradores de Itanhangá tem raízes profundas. As terras do município, que atualmente valem milhões, estão sendo alvo de promessas de retomada e redistribuição. O INCRA está implementando a reintegração de posse de lotes inseridos no Projeto de Assentamento Tapurah/Itanhangá, uma ação que a população considera injusta e arbitrária.

Os assentados, que há mais de 20 anos trabalham na terra, corrigiram o solo e o fizeram produzir até valerem o que valem hoje, estão sendo obrigados a desocupar suas propriedades em um prazo de apenas 24 horas. Isso significa deixar para trás uma vida inteira de trabalho e começar do zero. Se o INCRA tivesse concedido os títulos definitivos, essa situação caótica e desesperadora poderia ter sido evitada.

Desde 2022, o INCRA tem ajuizado ações civis públicas para a retomada de parcelas de assentamento, com liminares para a reintegração de posse sendo deferidas pela Justiça Federal de Diamantino-MT. As partes afetadas não tiveram a oportunidade de apresentar defesa ou buscar conciliação, conforme relatou um dos assentados despejados no dia 24 de julho. “Não fomos ouvidos e não tivemos chance de defesa. Estamos há mais de 20 anos plantando em nossa gleba, temos matrícula com cláusula resolutiva e o INCRA não analisou nosso pedido de baixa. Essa é nossa pena, sair sem direito a nada depois de 20 anos? Sair sem o direito de defesa? É uma injustiça!”, desabafou emocionada uma das moradoras afetadas.

A indignação da população de Itanhangá resultou em uma grande manifestação no dia 24 de julho, quando mais de 1.000 pessoas se reuniram em frente à Prefeitura para buscar respostas do Prefeito Edu Laudi Pascoski. O prefeito descreveu a situação como “caótica e surreal”. “Não estamos acreditando no que estamos vendo! Famílias desesperadas sem ter para onde ir, pessoas que fazem parte da história do município. Essas famílias são trabalhadoras e conseguiram progredir trabalhando. O INCRA não está agindo de forma correta, pois não está respeitando as etapas para as reintegrações de posse que o Conselho Nacional de Justiça estabeleceu na Resolução 510. Para onde essas famílias irão?”, questionou o prefeito.

A manifestação desta sexta-feira contará com a presença da Deputada Federal Coronel Fernanda, representantes da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (APROSOJA), da Frente Nacional da Agropecuária, deputados estaduais e outros representantes de entidades que vêm apoiar a população de Itanhangá. Cidades próximas também estão se unindo à causa, mostrando solidariedade aos assentados que estão sendo despejados injustamente.

A luta dos assentados de Itanhangá é um grito por justiça e por um futuro digno, onde possam continuar a viver e trabalhar nas terras que cultivaram por décadas. A manifestação busca chamar a atenção para a necessidade urgente de uma solução justa e humana para as famílias afetadas pelas ações de reintegração de posse do INCRA.

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