A seguidora e leitora do JKNOTICIAS Lucineia Prestes enviou na última semana a foto de um cogumelo conhecido como véu-de-noiva, que ela encontrou no Parque Ecológico em Sorriso, quando passeava com a família. O Phallus indusiatus é comumente chamado de fungo de bambu, fedorento ou véu de noiva. Contudo, não é recomendado coletar cogumelos na natureza sem a orientação de um profissional especializado no assunto.
O cogumelo estava próximo aos bambus do Parque Ecológico.
Origem
O Cogumelo Véu de Noiva é típico do Havaí, mas pode ser encontrado em regiões tropicais das Américas, da África, no Sul da Ásia e Austrália.
É muito comum ser encontrado em áreas de lavas vulcânicas, mas também aparece em jardins, bosques e solos compostos por materiais lenhosos e madeiras em decomposição.
Características
Este cogumelo pode chegar a 25 centímetros de comprimento e contém uma espécie de gosma no topo, que atrai insetos que contribuem para sua reprodução.
Usos e benefícios
O Cogumelo Véu de Noiva tem várias propriedades e utilizações e pode ser usado como afrodisíaco, para fins medicinais ou como alimento.
Para fins medicinais
Esse fungo possui propriedades antioxidante e antibacteriana, sendo comumente utilizado na medicina chinesa para tratar: doenças inflamatórias, problemas estomacais, distúrbios neurais
O povo Miao do sul da China utiliza esse cogumelo para uma série de doenças como: leucemia, fraqueza, lesões, dores, tosse, disenteria, enterite e já foi descrito cientificamente que os princípios medicinais deste fungo trata: laringite, leucorreia, hipertensão, hiperlipidemia e até câncer.
Utilização na Culinária
O Cogumelo Véu de Noiva é rico em proteínas, carboidratos, minerais e fibras.
A parte comestível desse cogumelo (o corpo sem o esporo) é saborosa e serve como ingredientes de diversas receitas culinárias.
Seu uso na culinária é bem comum em países asiáticos, sendo utilizado desidratado no preparo de várias receitas.
Uso como afrodisíaco
Um estudo desenvolvido de John C. Holliday e Noah Soule em 2001, em uma amostra de 26 pessoas, das quais 6 mulheres, constatou que algumas pessoas, ao sentirem o odor desse cogumelo durante algum tempo, tiveram orgasmo.
Neste estudo, sugestivo e não decisivo, divulgado na publicação científica International Journal of Medicinal Mushrooms, os pesquisadores relataram:
“Os resultados sugerem a existência de compostos parecidos com hormônios em uma porção volátil do esporo, que podem ter algum tipo de semelhança com os neurotransmissores liberados nos humanos durante as relações sexuais”.
Apesar desse estudo carecer de maiores fundamentos, esse cogumelo é conhecido em várias partes do mundo por suas propriedades afrodisíacas, principalmente no Havaí.
Halliday e Soule foram até a ilha e descobriram que o cogumelo em questão era do gênero Dictyophora. Foi então realizado um experimento no qual 20 homens e 16 mulheres tinham que cheirar o fungo, de forma que os pesquisadores pudessem observar quais seriam os efeitos surtidos em cada um.
Seis das voluntárias do sexo feminino tiveram um orgasmo após cheirar o cogumelo. As outras dez apenas sentiram palpitações. Os homens, por sua vez, relataram achar o cheiro insuportável e não esboçaram outras reações.
No estudo, que foi divulgado na publicação científica International Journal of Medicinal Mushrooms, os pesquisadores escreveram: “Os resultados sugerem a existência de compostos parecidos com hormônios em uma porção volátil do esporo que podem ter algum tipo de semelhança com os neurotransmissores liberados nos humanos durante as relações sexuais”.
Há uma série de problemas com a afirmação dos cientistas. A primeira delas é que 36 pessoas é uma amostra muito pequena para confirmar uma tese, ainda mais considerando que 20 delas não demonstraram nenhum tipo de reação relevante. Além disso, os pesquisadores não dão explicações mais concretas de como os supostos orgasmos aconteceram e os motivos de algumas voluntárias terem chegado ao clímax e outras não. Para ser comprovada, a experiência precisaria ainda ser testada em outras condições, o que não ocorreu neste caso.
De qualquer forma, não há evidência o suficiente para comprovar o poder do suposto cogumelo.
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