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Planos interrompidos: “Até agora não dá pra entender”, diz irmão de “Xuxa” morto por “amigos” em Sorriso

Dez meses se passaram desde a morte do domador de cavalos Everton Marcelo dos Passos e a família segue sem entender como ele pôde ter sido morto de uma forma tão cruel. Mas apesar do sofrimento, eles veem com esperança o avanço do prcesso penal contra os acusados pelo crime.

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Nada justifica, se foi briga ou o que foi para fazerem uma coisa tão cruel. Brigar todo mundo briga, mas para chegar nesse ponto…

O mecânico Matheus Augusto Drago Schnoor e o médico veterinário Richard Bortolo Júnior vão a júri popular no processo que investiga a morte de Everton. Matheus chegou a confessar a autoria do crime, já a participação de Richard tem versões desencontradas.

𝐀𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐝𝐞𝐢𝐱𝐚𝐫 𝐬𝐮𝐚 𝐎𝐏𝐈𝐍𝐈𝐀̃𝐎 𝐨𝐮 𝐂𝐑𝐈́𝐓𝐈𝐂𝐀, 𝐟𝐚𝐜̧𝐚 𝐬𝐞𝐮 𝐏𝐈𝐗, 𝐜𝐨𝐦 𝐨 𝐯𝐚𝐥𝐨𝐫 𝐪𝐮𝐞 𝐩𝐮𝐝𝐞𝐫, 𝐞 𝐚𝐩𝐨𝐢𝐞 𝐨 𝐉𝐊𝐍𝐎𝐓𝐈𝐂𝐈𝐀𝐒.𝐂𝐎𝐌 𝐚 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐚𝐫 𝐭𝐞 𝐝𝐞𝐢𝐱𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐢𝐧𝐟𝐨𝐫𝐦𝐚𝐝𝐨. 𝐅𝐚𝐜̧𝐚 𝐮𝐦𝐚 𝐃𝐨𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐩𝐞𝐥𝐚 𝐂𝐇𝐀𝐕𝐄 𝐏𝐈𝐗: 𝟐𝟖.𝟏𝟓𝟏.𝟐𝟗𝟕/𝟎𝟎𝟎𝟏-𝟎𝟓 𝐑𝐀𝐙𝐀̃𝐎 𝐒𝐎𝐂𝐈𝐀𝐋: 𝐌𝐈𝐃𝐀𝐒 𝐏𝐔𝐁𝐋𝐈𝐂𝐈𝐃𝐀𝐃𝐄 𝐄 𝐌𝐀𝐑𝐊𝐄𝐓𝐈𝐍𝐆

Everton foi assassinado na madrugada de 7 de setembro de 2022. Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, o crime aconteceu após ele se desentender com os dois amigos, com quem havia ido para uma balada em Sorriso. Os três eram naturais de Adamantina (SP).

“Eu sei lá o que aconteceu. Até agora não dá pra entender. Nada justifica, se foi briga ou o que foi para fazerem uma coisa tão cruel. Brigar todo mundo briga, mas para chegar nesse ponto…”, diz o policial penal Anderson Rodrigo dos Passos, irmão de Everton e também morador de Adamantina.

Anderson conta que até o momento não teve – e nem pretende ter – contato com dos dois acusados pelo crime. “Eram de casa, conhecidos antigos que viviam aqui dentro. O Matheus eu peguei no colo, minha mãe trabalhava para a família dele”, conta.

Poucos dias antes do crime acontecer, Everton chegou a mandar mensagens e vídeos para a família dizendo que estava com os “amigos”.

“No sábado ele mandou mensagem para mim dizendo que estava na casa do Richard e na casa do Matheus. Mandou um vídeo para minha mãe: ‘Oh, mãe, com quem eu estou’. Minha mãe ajudou a criar o Matheus, ela trabalhava para a família dele”. 

O júri popular da dupla ainda não foi marcado. E apesar de nada trazer Everton de volta para a família, Anderson espera que eles permaneçam presos.

Acabaram com a vida do meu irmão, da minha mãe e acabaram com a vida deles e das famílias deles. Eram de boas famílias

 “O que queremos é que eles continuem presos. Justiça, acho que só divina. Acabaram com a vida do meu irmão, da minha mãe e acabaram com a vida deles e das famílias deles. Eram de boas famílias”, disse.

Planos interrompidos

Everton sempre gostou de cavalos e transformou a paixão em profissão.

Ele era domador de cavalos de três tambores, uma das provas favoritas de muitos frequentadores de festas do peão. A modalidade exige velocidade e coordenação motora excepcional.

E foi a profissão que tanto amava que trouxe Everton para Mato Grosso. Essa era a segunda vez que o domador aceitava uma oferta para trabalhar em um haras de Sorriso.

O plano dele, segundo Anderson, era ficar até o final do ano no Estado e retornar para a sua cidade natal. O plano foi interrompido permanentemente com o brutal assassinato.

“Sempre vivendo nessa vida de cavalos desde moleque. Graças a Deus ele estava muito bem profissionalmente. Era a segunda vez que ele ia para essa região. Já fazia uns seis ou sete meses que ele já estava aí, mas ele tinha pretensão de voltar”, disse.

Everton Marcelo dos Passos
Everton era domador de cavalo três tambores

Saudade sem fim

Anderson conta que era muito ligado com o único irmão, e que mesmo de longe um sempre estava presente na vida do outro. 

“Ele era muito palmeirense e eu também sou. A gente assistia jogo junto, ele lá no rancho e eu em casa. O jogo passando e a gente conversando sobre ele no WhatsApp”, recorda.

“Meu irmão tinha a personalidade forte, mas sempre foi amigo de todo mundo, era muito conhecido aqui na cidade”.

Apesar do tempo que se passou desde a morte de Everton, as marcas de tê-lo perdido de uma forma tão cruel e inexplicável permanecem.

“Minha mãe está sofrendo, passou mal há algumas semanas com um tipo de ansiedade, meio que virando uma depressão, pressão alta etc. Agora melhorou, mas estava muito mal”, afirma.  

Com Anderson não foi diferente e até hoje se pega remoendo toda a história  

“Sou vigilante e as vezes eu fico muito tempo parado no mesmo lugar. A cabeça da gente fica remoendo o porquê. Se você não tiver o psicológico bom…”

O caso

Segundo as investigações, Everton teria lutado durante uma briga com a dupla e sido agredido até ficar desacordado. Depois de inconsciente, testemunhas afirmam que o domador foi colocado na carroceria de uma caminhonete.

Everton foi golpeado com um canivete no pescoço. O golpe foi do tipo esgorjamento, ou seja, bastante profundo e condizente com princípio de degolamento.

O corpo ainda foi ocultado, só sendo localizado no dia 10 de setembro, no rio Lira.

Sorriso: Amigos de infância, que mataram “Xuxa”, quase arrancando sua cabeça, e o jogaram no rio, vão a júri popular

A juíza Emanuelle Chiaradia Navarro Mano, da 1º Vara Criminal de Sorriso, decidiu mandar a júri popular o médico veterinário Richard Bortolo Junior, suspeito de ter matado, juntamente com o mecânico Matheus Augusto Drago Schnoor, Everton Passos de Andrade, de 39 anos, que era conhecido como Xuxa, que quse foi degolado às margens do Rio Lira, em Sorriso, ap´pos uma discussão na madrugada do dia 06/09/2022.

Richard e Matheus serão julgados por homicídio qualificado, por motivo fútil, e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.

“A prova da existência do crime e indícios de sua autoria são veementes e não foram abalados no decorrer do feito por nenhuma prova ou alegação defensiva. Na mesma linha segue o perigo gerado pelo estado de liberdade dos acusados, demonstrado a partir do modus operandi utilizado, persistindo a garantia da ordem pública evitando-se, assim, que se coloquem em risco novos bens jurídicos e por ter se evadido do distrito da culpa, a fim de resguardar a aplicação da Lei Penal”, diz a decisão.

Richard e Matheus podem recorrer da decisão, mas a juíza determinou que os dosis continuem presos.

Matheus presta serviços no fórum de Sorriso, onde anda tranquilamente para todos os lados.

STJ mantém prisão de médico por matar “Xuxa” atropelado e degolado em Sorriso

O Superior Tribunal de Justiça, em uma decisão monocrática do ministro Reynaldo Soares da Fonseca, negou um habeas corpus proposto pela defesa do médico veterinário Richard Bortolo Junior. Ele é suspeito de ter matado, juntamente com o mecânico Matheus Augusto Drago Schnoor, um homem identificado como Everton Passos de Andrade, de 39 anos, que era conhecido como Xuxa, na cidade de Sorriso.

A dupla confessou ter matado a vítima, após uma festa, onde o trio havia ido.

Os três eram amigos de infância, da cidade de Andradina, e haviam se desentendido.
Os dois então atropelaram Everton e o agrediram. Posteriormente, Xuxa foi colocado no veículo e levado a uma região de mata.

No local, foi degolado e teve o corpo atirado no rio Lira. A defesa do médico veterinário apontou que ele é réu primário, tem bons antecedentes, residência fixa e ocupação lícita, além de que se apresentou espontaneamente para se entregar.

O habeas corpus pontuava ainda que “o modus operandi da prática do crime em análise, revelou-se normal à espécie, não havendo situação que extrapole a violência própria do crime de homicídio qualificado, não ficando caracterizado uma situação de torpeza, crueldade, frieza e premeditação”. Em sua decisão, o ministro apontou que a vítima era amigo de infância dos suspeitos, e que por conta de uma discussão banal, tentaram atropelar o colega.

O magistrado destacou que os dois agrediram Xuxa até que ele desmaiasse, e posteriormente colocaram-no no carro em que estavam e cortaram seu pescoço, inclusive tentando ocultar o corpo. “Tal cenário fático, como visto, escorado em elementos de prova coletados em ampla investigação policial, revela a frieza e periculosidade dos acusados, denotando, portanto, a necessidade da custódia cautelar, com vistas a resguardar a ordem pública.

Portanto, mostra-se legítimo, no caso, o decreto de prisão preventiva, uma vez ter demonstrado, com base em dados empíricos, ajustados aos requisitos do art. 312 do CPP, o efetivo risco à ordem pública gerado pela permanência da liberdade”, diz a decisão.

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