A técnica de segurança do trabalho Josi dos Santos Ferreira, de 45 anos, que foi morta a facadas pelo marido, na noite desse domingo (11/06), no município de Laranjeiras, já havia sido agredida por ele anteriormente. O homem foi preso em flagrante.
Em entrevista ao g1, a sobrinha da vítima, Glória Tavares, disse que não foi a primeira vez que a tia foi agredida pelo companheiro.
“Essa tragédia já vinha sendo anunciada. Há um mês ele cortou a língua dela com uma faca. Eles viviam entre tapas e beijos, mas ela mantinha essa relação, até que terminou dessa forma”, lamentou.
Ainda de acordo com Glória, a tia era ‘a alegria da família’, e no dia em que foi morta havia comparecido a um aniversário de uma parente. “Ela passou o dia todo festejando. Era aniversário de uma tia nossa, no Povoado Caititu, em Maruim. Já à noite ela foi na casa do filho dela, chamar ele e a nora para saírem, mas o marido chegou ao local, pegou uma faca e a golpeou no pescoço”.
O corpo de Josi será velado no Clube Municipal de Maruim, cidade onde ela nasceu. O sepultamento está previsto para acontecer nesta quarta-feira (14), quando a filha deve chegar do Espírito Santo. Ela deixou um filho de 27 anos e uma filha de 17.
A importância de denunciar
A advogada e Fundadora do Instituto Ressurgir, que acolhe, informa, orienta e encaminha mulheres vítimas para os serviços necessários a elas, Valdilene Martins, pontuou que este foi o sétimo feminicídio registrado este ano em Sergipe.
Segundo ela, a maioria das vítimas de feminicídio nunca denunciaram seus maridos ou namorados, por conta de dependência financeira, dos filhos, da religião, da vergonha ou do medo.
“Quem denuncia, muitas das vezes acaba reatando o relacionamento na esperança de que o homem mude. A mulher não pode ser julgada porque voltou para o agressor. O agressor é que tem que ser julgado por que continuou agredindo. A gente tem que trabalhar é para que a rede funcione e para que o algoz, não continue sendo algoz na vida daquela mulher”, pontuou.
Ela também pontuou que é preciso se falar cada dia mais, nas escolas, nas igrejas, na sociedade sobre violência doméstica, para que os casos sejam combatidos.
G1SE