Valdete Calvi, irmã de Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e tia de Miliane Calvi Cardoso, 19 anos; Manuela Calvi Cardoso, 12 anos; e Melissa Gabriela Cardoso, de 10 anos, tornou público um posicionamento sobre o cenário político de 2026. As quatro vítimas foram encontradas mortas, com diversos ferimentos no corpo, dentro da casa da família, na manhã de 27 de novembro, no bairro Florais da Mata.
Em manifesto divulgado recentemente, Valdete se pronunciou a respeito da pré-candidatura do ex-cunhado Reginaldo Batista Cardoso, pai das meninas assassinadas e ex-marido de Cleci, que está usando a tragédia para se aparecer em vários meios de comunicação, sem apresentar nenhum outro projeto ou trabalho perante a sociedade.
No texto, Valdete Calvi relembra que a irmã e as três sobrinhas foram vítimas de um crime violento que causou uma dor irreversível à família. Segundo ela, trata-se de um sofrimento permanente, que não pode ser relativizado nem utilizado como instrumento de promoção pessoal, midiática ou política.
Valdete afirma que a família não autoriza, sob nenhuma hipótese, o uso da imagem, do nome, da memória ou da história das vítimas para fins eleitorais. O manifesto deixa claro que qualquer associação da tragédia à campanha política é considerada inadequada e desrespeitosa.
Apesar disso, Valdete Calvi ressalta que não se opõe à candidatura do ex-cunhado e afirma desejar que ele tenha êxito, desde que isso ocorra por mérito próprio, ideias, propostas e compromisso com a sociedade, e não pela exploração da tragédia familiar. Para a familiar, uma eventual eleição deve ser resultado de projetos concretos, responsabilidade pública e atuação ética.
No posicionamento, a tia reforça que a dor da família não pode ser transformada em bandeira política, nem a história das vítimas utilizada como ferramenta eleitoral. Ela também destaca que a memória de Cleci e das sobrinhas deve ser preservada com respeito, humanidade e dignidade, sem exposição indevida.
O manifesto tem como objetivo estabelecer limites claros e proteger a memória das vítimas, reafirmando que a tragédia não deve ser explorada sob nenhuma circunstância. “Este é meu posicionamento”, conclui Valdete Calvi, ao reforçar que o silêncio respeitoso também é uma forma de preservar a dignidade de quem se foi.
“Diante do cenário político que se aproxima no ano de 2026, me manifesto de forma clara, responsável e inequívoca.
Minha irmã e minhas sobrinhas foram vítimas de um crime brutal que marcou de forma irreversível a história da nossa família. Trata-se de uma dor permanente, que não pode ser relativizada, explorada ou utilizada como instrumento de promoção pessoal ou política.
É de conhecimento público que o pai das meninas, em razão da repercussão desse episódio, tornou-se uma figura conhecida e hoje se apresenta como pré-candidato a cargo eletivo. Diante disso, é imprescindível registrar que não autorizamos, em nenhuma hipótese, o uso da imagem, do nome, da memória ou da história da família para fins políticos, eleitorais ou midiáticos.
Reafirmo, contudo, que não me oponho à sua candidatura. Desejo, inclusive, que ele possa alcançar êxito, desde que isso ocorra por mérito próprio, por suas ideias, propostas, capacidade e compromisso com a sociedade e não pela associação à tragédia que atingiu nossa família.
A eventual eleição deve ser fruto de projetos concretos, responsabilidade pública e atuação humana e ética, jamais da instrumentalização de uma dor que não pode ser convertida em discurso político.
Nossa dor não é bandeira.
Nossa história não é ferramenta eleitoral.
A memória das meninas não será usada como argumento político.
Este manifesto tem como finalidade estabelecer limites claros, resguardar a dignidade das vítimas e reafirmar que a memória de minha irmã e de minhas sobrinhas deve ser preservada com respeito, humanidade e silêncio jamais explorada.
Este é meu posicionamento.” Diz Valdete Calvi
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