Sorriso: “Foram 15 anos de sofrimento e a justiça da minha filha foi feita”, diz mãe de Sara Vitória após condenação do assassino

Depois de 15 anos de dor, Eva Aparecida Fogaça da Silva, mãe de Sara Vitória Fogaça Paim, finalmente ouviu as palavras que esperava desde 2010: o assassino de sua filha foi condenado. O julgamento de Antônio Ramos Escobar terminou na noite desta sexta-feira (14/11), no Fórum de Sorriso, com pena de 45 anos de prisão pelos crimes de estupro, homicídio e ocultação de cadáver. Emocionada, Eva desabafou ao relembrar a longa espera por justiça. “Pra mim, foi ainda pouco. Foram 15 anos de sofrimento, mas agora acredito que ele não vai mais mexer com filha de ninguém. A justiça da Sara foi feita. Minha filha dizia que não ia descansar enquanto eu não fizesse justiça. E hoje, em nome de Deus, ela foi feita”, disse entre lágrimas. O crime aconteceu em 1º de junho de 2010, quando Sara, de apenas 5 anos, desapareceu na rua de casa, próxima ao estádio municipal de Sorriso. Escobar, que trabalhava como pedreiro e catador de recicláveis, confessou ter levado a menina de bicicleta até uma construção, onde a teria estuprado, matado e enterrado. Apesar das buscas, o corpo da criança nunca foi encontrado. Durante todos esses anos, Eva nunca deixou de acreditar que um dia a verdade seria reconhecida. O caso mobilizou autoridades, a Polícia Civil e o Ministério Público, que trabalharam incansavelmente até chegar à condenação. O promotor Fernando Pipino, que acompanhou o caso, destacou o simbolismo da decisão: “A justiça nunca desistiu. Foram anos de luta, e hoje a sociedade e a família de Sara recebem a resposta que tanto aguardavam.” Para a mãe, a sentença representa o fim de um ciclo de angústia e o início de um novo capítulo de paz. “Agora posso respirar. Minha filha tem justiça. E ele, que tirou a vida dela, não vai mais fazer mal a ninguém”, declarou Eva, emocionada ao deixar o fórum. Com o veredito, encerra-se um dos casos mais marcantes da história de Sorriso, símbolo da dor, da perseverança e da fé de uma mãe que nunca desistiu da justiça pela filha.

Antônio Ramos Escobar, de 62 anos, foi condenado a 45 anos de prisão no júri popular que acontece nesta sexta-feira (14/11) no fórum de Sorriso. Antonio foi condenado por matar Sara Vitória Fogaça Paim, à época com 5 anos, que hoje estaria com 20 anos, que desapareceu no dia 1º de junho de 2010 na rua de sua casa, que ficava próxima ao estádio, local onde o pedreiro e catador de recicláveis Antônio Ramos Escobar, que está preso na capital e vai continuar, confessou o crime dizendo que teria levado a garota, numa bicicleta, a uma construção próxima ao estádio municipal de Sorriso, onde a criança teria sido estuprada, morta e enterrada, mas o corpo de Sara nunca foi encontrado.

Em entrevista exclusiva ao JK, Antonio achava que seria inocentado, mas quando saiu a sentença, novamente ele disse que foi injustiçado.

Durante o julgamento, um policial civil que foi ouvido chorou, ressaltando que não foi culpa dele não ter achado Sara e que ele fez o que pôde para encontrar a criança. A defesa de Antônio ressaltou para os jurados várias inconsistências em depoimentos, principalmente da esposa, ex-esposa, que disse que ele teria fugido depois do crime, mas que ele continuou em Sorriso e até morou na rua antes de conseguir uma passagem via órgãos públicos para o Mato Grosso do Sul. A defesa também sustentou que o principal suspeito do estupro e morte de Sara foi um ex-vizinho que fugiu da cidade e, no estado de Goiás, também teria cometido um estupro a uma criança de 04 anos e depois fugido para o Pará, onde matou a própria irmã depois de estuprá-la. De acordo com defensor, o “novo suspeito” foi denunciado pelo próprio tio, que afirmou que o sobrinho era “totalmente introvertido” em relação a outras pessoas – com exceção à Sara Vitória, uma vez que “comprava doces e ficava com ela no colo”. Ainda segundo o defensor, Jonas Ribeiro dos Santos comentou com o tio no dia do desaparecimento, em 1º de junho de 2010, que “iria pescar” – justificativa ouvida somente pelo parente do suspeito, que não foi dita a outras pessoas. “Jonas era totalmente introvertido com as pessoas, exceto em relação à Sara, a menina desaparecida. Que comprava doces, ficava com ela no colo, e no dia que a garota desapareceu ele falou para o depoente que foi pescar, sendo que para as outras pessoas ele disse que trabalhava com o tio”, relata a defensoria. Após o desaparecimento, Jonas Ribeiro dos Santos, viajou até a cidade de Minaçu (GO), e que lá também molestou uma vítima. Além do crime cometido na cidade goiana, o defensor também revelou que Jonas é o principal suspeito de ter estuprado e assassinado a própria irmã, Joseane Ribeiro Fernandes, morta estrangulada aos 32 anos. O crime ocorreu no ano de 2014 no município de Ananindeua (PA). “A defesa juntou ao processo algumas provas de que outra pessoa praticou esse fato. Um novo depoimento do tio, onde ele menciona que o seu sobrinho Jonas gostava de ‘adular’ a menor, ficava sempre com ela, que ele morava a menos de 3 metros da porta da desaparecida. Ele saiu de Sorriso, e foi para o município de Minaçu, e molestou outra jovem nesta cidade. Juntamos o boletim de ocorrência. Saindo de Minaçu ele foi para a cidade de Ananindeua onde ele estuprou e matou a sua própria irmã”, revelou o defensor. O TJMT manteve a pronúncia de Antônio Ramos Escobar, citando que Jonas Ribeiro dos Santos já estaria morto, além de Escobar ter sido flagrado com a camisa suja de sangue, com supostas marcas de uma “mão de criança”, que seriam de Sara Vitória. O magistrado contou ainda que, no dia seguinte ao desaparecimento, o suspeito “fugiu” de Sorriso, ficando 7 meses fora da cidade. Mas mesmo com a defesa tentando desqualificar as acusações, os jurados condenaram Antonio por homicídio triplamente qualificado com agravantes e ocultação de cadáveres. Na dosimetria da pena para o homicídio foram 32 anos, de estupro de vulnerável, 11 anos e 8 meses; mesmo para ocultação, a pena foi de 1 ano e 4 meses, totalizando 45 anos em regime fechado. No dia 1º de junho de 2025 fez 15 anos deste, caso que marcou Sorriso. Várias pessoas chegaram a ser investigadas pela Polícia Judiciária Civil (PJC), num caso que até este ano de 2023 representa um “labirinto” para as forças de segurança de Mato Grosso, que nunca apontou o autor do crime. Apesar de ter confessado a morte, a defesa alega que Antônio Ramos Escobar foi “torturado” para assumir a autoria do crime. A PJC realizou escavações em possíveis locais indicados pelo pedreiro onde a menina estaria enterrada, porém, o corpo de Sara Vitória nunca foi encontrado. JKNOTICIAS com MTNOTICIAS
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