Antônio Ramos Escobar, de 62 anos, foi condenado a 45 anos de prisão no júri popular que acontece nesta sexta-feira (14/11) no fórum de Sorriso. Antonio foi condenado por matar Sara Vitória Fogaça Paim, à época com 5 anos, que hoje estaria com 20 anos, que desapareceu no dia 1º de junho de 2010 na rua de sua casa, que ficava próxima ao estádio, local onde o pedreiro e catador de recicláveis Antônio Ramos Escobar, que está preso na capital e vai continuar, confessou o crime dizendo que teria levado a garota, numa bicicleta, a uma construção próxima ao estádio municipal de Sorriso, onde a criança teria sido estuprada, morta e enterrada, mas o corpo de Sara nunca foi encontrado.
Em entrevista exclusiva ao JK, Antonio achava que seria inocentado, mas quando saiu a sentença, novamente ele disse que foi injustiçado.
Durante o julgamento, um policial civil que foi ouvido chorou, ressaltando que não foi culpa dele não ter achado Sara e que ele fez o que pôde para encontrar a criança. A defesa de Antônio ressaltou para os jurados várias inconsistências em depoimentos, principalmente da esposa, ex-esposa, que disse que ele teria fugido depois do crime, mas que ele continuou em Sorris e até morou na rua antes de conseguir uma passagem via órgãos públicos para o Mato Grosso do Sul. A defesa também sustentou que o principal suspeito do estupro e morte de Sara foi um ex-vizinho que fugiu da cidade e, no estado de Goiás, também teria cometido um estupro a uma criança de 04 anos e depois fugido para o Pará, onde matou a própria irmã depois de estuprá-la. De acordo com defensor, o “novo suspeito” foi denunciado pelo próprio tio, que afirmou que o sobrinho era “totalmente introvertido” em relação a outras pessoas – com exceção à Sara Vitória, uma vez que “comprava doces e ficava com ela no colo”. Ainda segundo o defensor, Jonas Ribeiro dos Santos comentou com o tio no dia do desaparecimento, em 1º de junho de 2010, que “iria pescar” – justificativa ouvida somente pelo parente do suspeito, que não foi dita a outras pessoas. “Jonas era totalmente introvertido com as pessoas, exceto em relação à Sara, a menina desaparecida. Que comprava doces, ficava com ela no colo, e no dia que a garota desapareceu ele falou para o depoente que foi pescar, sendo que para as outras pessoas ele disse que trabalhava com o tio”, relata a defensoria. Após o desaparecimento, Jonas Ribeiro dos Santos, viajou até a cidade de Minaçu (GO), e que lá também molestou uma vítima. Além do crime cometido na cidade goiana, o defensor também revelou que Jonas é o principal suspeito de ter estuprado e assassinado a própria irmã, Joseane Ribeiro Fernandes, morta estrangulada aos 32 anos. O crime ocorreu no ano de 2014 no município de Ananindeua (PA). “A defesa juntou ao processo algumas provas de que outra pessoa praticou esse fato. Um novo depoimento do tio, onde ele menciona que o seu sobrinho Jonas gostava de ‘adular’ a menor, ficava sempre com ela, que ele morava a menos de 3 metros da porta da desaparecida. Ele saiu de Sorriso, e foi para o município de Minaçu, e molestou outra jovem nesta cidade. Juntamos o boletim de ocorrência. Saindo de Minaçu ele foi para a cidade de Ananindeua onde ele estuprou e matou a sua própria irmã”, revelou o defensor. O TJMT manteve a pronúncia de Antônio Ramos Escobar, citando que Jonas Ribeiro dos Santos já estaria morto, além de Escobar ter sido flagrado com a camisa suja de sangue, com supostas marcas de uma “mão de criança”, que seriam de Sara Vitória. O magistrado contou ainda que, no dia seguinte ao desaparecimento, o suspeito “fugiu” de Sorriso, ficando 7 meses fora da cidade. Mas mesmo com a defesa tentando desqualificar as acusações, os jurados condenaram Antonio por homicídio triplamente qualificado com agravantes e ocultação de cadáveres. Na dosimetria da pena para o homicídio foram 32 anos, de estupro de vulnerável, 11 anos e 8 meses; mesmo para ocultação, a pena foi de 1 ano e 4 meses, totalizando 45 anos em regime fechado. No dia 1º de junho de 2025 fez 15 anos deste, caso que marcou Sorriso. Várias pessoas chegaram a ser investigadas pela Polícia Judiciária Civil (PJC), num caso que até este ano de 2023 representa um “labirinto” para as forças de segurança de Mato Grosso, que nunca apontou o autor do crime. Apesar de ter confessado a morte, a defesa alega que Antônio Ramos Escobar foi “torturado” para assumir a autoria do crime. A PJC realizou escavações em possíveis locais indicados pelo pedreiro onde a menina estaria enterrada, porém, o corpo de Sara Vitória nunca foi encontrado. JKNOTICIAS
